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Ação prática incentiva a criatividade no ensino sobre o clima

Projeto traz alunos da rede pública de ensino para atividades práticas em laboratório da UFG

Texto: Renato Rodrigues

Fotos: Adriana Silva

Em 14/03/16 18:32. Atualizada em 15/03/16 16:45.

 

Um momento para aprender usando a criatividade. Assim foi a tarde de hoje, 14/03, para oito alunos do Colégio Estadual Senador Onofre Quinan, localizado no Parque Atheneu, em Goiânia. Eles participaram de mais uma edição do Espaço Maker de Experimentação em Climatologia”, projeto de pesquisa desenvolvido pelo Instituto de Estudos Sócioambientais (Iesa). A ideia é estimular o conhecimento utilizando materiais simples e práticos para abordar de forma prática temas como a Temperatura e a Umidade do Ar, a Pressão e as Perturbações Atmosféricas.

espaço maker iesa 3

Equipes de alunos da rede pública montam seus experimentos usando palitos de picolés e outros materiais recicláveis

 

A coordenadora do projeto, professora Juliana Ramalho Barros, explica que a proposta de criar o Espaço Maker surgiu no ano de 2011 ao perceber que havia uma dificuldade de muitos professores em ensinar assuntos relacionados ao clima em sala de aula. “Existe um gargalo no ensino fundamental e médio para ensinar estes temas e pensamos em uma forma de superar este desafio ainda na formação dos professores”, pontua.

Juliana acrescenta que a pesquisa que resultou Espaço Maker busca propor novas metodologias de ensino como parte das atividades da disciplina de Climatologia do curso de licenciatura e bacharelado em Geografia. As atividades são monitoradas por seis alunos da graduação que atuam como bolsistas do projeto e orientam os estudantes das escolas da rede pública de ensino em suas atividades práticas no laboratório.

A professora informa que o objetivo principal do Espaço Maker é tratar o aprendizado de uma forma mais prática e mostrar que o conhecimento faz parte do dia a dia da vida das pessoas e dos alunos. “Buscamos implantar um processo de aprendizado de uma forma mais agradável, mais prazerosa”, comenta. Ela lembra que o projeto também amplia e melhora a formação dos futuros professores de Geografia que atuarão no ensino fundamental e médio.

Juliana avalia que o projeto traz resultados positivos para os monitores e os estudantes da escola pública. “Além de aumentar o gosto do aluno pela ciência, também fazemos uma aproximação destes alunos com a universidade”, diz a coordenadora. A pesquisadora prevê que o projeto seja ampliado por meio de parcerias com outras unidades acadêmicas e centros de pesquisa. “O Planetário será nosso parceiro e vamos buscar outras formas de agregar ao projeto mais conhecimentos as áreas de tecnologia da informação, eletrônica, física e até mesmo robótica”, estima Juliana.

Para Paulo Vitor Ferreira de Melo, professor de geografia no Colégio Estadual Senador Onofre Quinan e que acompanha os alunos, o envolvimento dos estudantes com o projeto reflete no aprendizado em sala de aula. “Aqui eles de aprendem o conteúdo de uma forma prática, no sentido real e também são incentivados a usar a criatividade”, afirma.

Ele considera que os estudantes também passaram a assimilar melhor os conteúdos de Geografia. “Eles começaram a ter mais curiosidade, interesse, a perguntar mais. Este espaço criou isso neles”. O professor pondera que apesar de serem poucos encontros, a iniciativa foi relevante por despertar a criatividade dos estudantes aliando mais prática ao conteúdo ensinado.

graduando em licenciatura em Geografia, Lucas Camilo, que é bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET-GEO) e trabalha como voluntário no projeto, acredita que o Espaço Maker tem a capacidade de tornar o conteúdo significativo para os alunos. “Essa é uma dificuldade encontrada pelos docentes em passar o conteúdo para os alunos, pois nem sempre o conteúdo ganha sentido para o aluno e quando isso acontece,  ele se esquece muito rápido do que aprendeu”, diz. O monitor reitera que no projeto o estudante tem a oportunidade de fazer com as próprias mãos proporcionando significado para o conhecimento e a internalização do mesmo.

Espaço Maker 2 - Estudante montou simulador de tornado

Estudante Mário João Araújo observa recipiente com água projetado para simular a ação de um tornado 

 

Orientado por Lucas Camilo, o estudante do 1º ano do ensino médio do Colégio Onofre Quinan Mário João Araújo Faustino, de 15 anos, a partir do tema Perturbações Atmosféricas discutido no projeto, desenvolveu um simulador de tornados. “Utilizei um disco rígido de computador que tem um ímã e coloquei um outro ímã dentro de um recipiente plástico cheio de água para gerar a rotação”, explica. Com o movimento da água o aluno demonstrou como são os efeitos dos tornados na água formando um forte redemoinho. “Ele mesmo pesquisou o assunto em casa e trouxe essa novidade para mostrar aos colegas”, comemorou Lucas Camilo.

 

Reconhecimento

O Espaço Maker concorreu com outros 226 projetos inscritos em todo o país em um programa de apoio a pesquisadores brasileiros que desenvolvem estudos em educação e foi um dos dez selecionados, o único da Região Centro-Oeste. A professora Juliana Ramalho ganhou como prêmio, uma viagem para a cidade de Cambridge, nos Estados Unidos, onde conheceu o Lifelong Kindergarten do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês). Paulo Roberto, um dos monitores que trabalha como voluntário no projeto, também viajou para os Estados Unidos para participar do encontro realizado em janeiro deste ano.

Além da viagem, o projeto Espaço Maker ganhou um prêmio em dinheiro no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) destinado a melhorias no espaço de aprendizado.

 Professora Juliana IESA - Espaço Maker foto 3

Coordenadora do Espaço Maker, Juliana Ramalho, defende o crescimento de projetos de aprendizagem criativa 

 

Apresentamos o nosso projeto nesse encontro, falamos da nossa realidade e também conhecemos outras iniciativas semelhantes que existem nos Estados Unidos e discutimos os rumos para o futuro e a busca de parcerias”, lembra a coordenadora. Ela acrescenta que existe a proposta de se fazer uma parceria com o MIT por intermédio do representante do Instituto de Tecnologia no Brasil. O programa de apoio às pesquisas é financiado pela organização sem fins lucrativos Fundação Lemann e pelo MIT. 

Fonte: Asscom UFG

Categorias: Notícias Noticias

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