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Criatividade e conhecimento invadem o Planetário da UFG

Universidade recebe durante todo o final de semana uma caravana para incentivar o uso da aprendizagem criativa

Em 18/06/16 09:37. Atualizada em 22/06/16 15:44.

Texto e fotos: Caroline Pires

 

Com criatividade explodindo por todos os lados, o Planetário da UFG recebe neste final de semana a Caravana do Mundo Maker. Estudantes, professores e alunos de licenciatura participam de oficinas e colocam a mão na massa para aprender a solucionar problemas a partir da sua própria experiência. A atividade foi possível por meio da visita da caravana que irá percorrer mais de 15 cidades brasileiras com o objetivo de propagar a aprendizagem criativa. O método defende que com paixão e ação coletiva é possível solucionar conflitos e criar novas possibilidades de ação, alicerçado na realização de projetos pensados coletivamente. Durante os dois dias do evento, aberto a toda a comunidade, os visitantes irão poder experimentar um pouco de robótica, sistemas de programação e utilizar ferramentas para resolução de problemas cotidianos de maneira criativa.

 Espaço Maker

Estudantes interagem e buscam a solução de problemas de maneira prática e criativa

A professora Juliana Ramalho, do Instituto de Estudos Socioambientais da UFG (Iesa), é quem coordena o evento na UFG.  A proposta do método da aprendizagem criativa e dos trabalhos realizados pela docente se aproximam em busca de vencer o desafio do ensino da climatologia para crianças e adolescentes. Por envolver muitas áreas do conhecimento e ser um conteúdo abstrato, os professores são desafiados a cada dia a ensinar processos que não são palpáveis, como a formação de uma nuvem. As dificuldades de compreensão permanecem também entre os alunos de licenciatura.

A professora vivenciou na prática durante o início de sua carreira o quanto a falta de recursos que facilitem a visualização os processos podem dificultar essa apreensão do conteúdo. "O ensino baseado na aprendizagem criativa pode e deve ser utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento", frisou a docente. Nesse processo os alunos são desafiados a resolver problemas e não apenas ouvirem o que o professor fala.

Guilherme Anacleto, estudante do 5º período do curso de licenciatura em Geografia na UFG destacou a importância de futuros professores da área estarem envolvidos com esses métodos de ensino. "Na geografia física o uso de tecnologias em sala de aula é muito importante, mas não só isso, é preciso fazer com que os alunos pensem criativamente sobre o que estão vendo", pontuou.

Participou também da oficina Edson Marques, da cidade de Alto Paraíso-GO, o professor criou há pouco mais de dois meses o Espaço Consciência de aprendizagem criativa. A ideia é levar os estudantes de sua região a desenvolverem a partir das mais diversas ciências e área de interesse projetos inovadores que tenham aplicação prática para a comunidade da cidade.

 Espaço Maker

O professor de ensino médio Edson Marques (à esquerda) trouxe alunos para participar das oficinas

Conquistas

A docente participou, no início do ano, de uma imersão no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, a visita foi possível por meio de uma seleção da rede Makers Educa. O projeto Novas metodologias de pesquisa no ensino de climatologia em Goiás foi um dos seis selecionados para participar da imersão. Durante a visita foram realizadas apresentações de projetos, reuniões, visitas a diversas instituições, o que permitiu também a aproximação de grupos que trabalham com aprendizagem criativa no Brasil. Juliana Ramalho destacou que a experiência foi extremamente enriquecedora porque ela pode conhecer de perto inúmeras aplicações e ações de aprendizagem criativa, conhecendo a fundo as potencialidades da metodologia, que pode envolver desde de inteligência artificial a reaproveitamento de materiais recicláveis, tudo em prol de uma compreensão plena e ativa de conteúdos. Paulo Roberto Ferreira, aluno egresso da UFG e que participou da imersão com a professora, destacou que a experiência foi fundamental para sua formação acadêmica. Segundo ele, as potencialidades da aprendizagem criativa serão levadas para sua carreira de professor no IFGoiás.

A aproximação do instituto com o Brasil é ampla e em diversas vertentes. A equipe do Mundo Maker também foi selecionada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) para realizar um evento de aprendizagem coletiva em uma cidade do interior do Pará. O financiamento para o evento foi possível por meio de um olhar atento do pesquisador brasileiro Leo Burd, que realizar inúmeros trabalhos no MediaLab da instituição de pesquisa norte-americana. A criatividade típica do brasileiro chamou a atenção para o país e permitiu que o MIT decidisse investir no potencial criativo do Brasil.

Mundo Maker

A empresa promotora do evento tem como objetivo fomentar a aprendizagem criativa no Brasil, por meio de oficinas em escolas, palestras em empresas e ações sociais que sejam capazes de influenciar a realidade das mais distintas comunidades brasileiras. O Mundo Maker foi convidado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) a realizar uma atividade na cidade de Boa Vista do Acará, no estado do Pará, com o objetivo de fomentar projetos capazes de diminuir os danos que o extrativismo do açaí pode causar no meio ambiente. A partir desde convite, o projeto cresceu e a instituição, por meio de financiamento coletivo, da Fundação Lemann, da Worlddount Fundation e o Programaê, da Fundação Telefônica-Vivo, conseguiu os recursos necessários para compra de materiais e ampliação das cidades a serem atendidas pelo projeto.

Goiânia foi a terceira cidade a ser visitada com o objetivo de difundir a aprendizagem criativa e receber os monitores empenhados em fomentar a experimentação em espaços públicos, como é o caso do Planetário da UFG, repensando a cada nova ação os próprios parâmetros do que é o educar.

Fonte: Asscom UFG

URL relacionada: https://www.ufg.br/n/87040-acao-pratica-incentiva-a-criatividade-no-ensino-sobre-o-clima