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Em Goiás, cidades decretaram emergência por causa da chuva

Segundo a Defesa Civil, 12 mil pessoas estão isoladas por causa dos temporais, que arrancaram pontes e destruíram estradas. Regiões produtoras de arroz estão debaixo d’água.

No Centro-Oeste, municípios de Goiás decretaram emergência por causa da chuva.

As nuvens carregadas são os que os especialistas chamam de corredor de umidade. É mais chuva que pode cair nas próximas horas. Na região do Rio Araguaia, a vegetação baixa, típica do cerrado, está submersa.

São mais de 15 dias de chuvas torrenciais, e os rios, como os da Chapada dos Veadeiros, sobem numa velocidade impressionante. O volume da água é tão grande que prefeituras de cidades turísticas, como Pirenópolis, recomendaram o fechamento das cachoeiras, uma das principais atrações da região.

Para atender pacientes de um povoado em São Miguel do Araguaia, o médico Natanael Martins Coelho teve de ir a pé pela área alagada.

“Eu tinha que passar e chegar até lá, e a água já estava dando na cintura. Aí eu me aventurei a ir até lá para fazer o atendimento”, afirma Natanael Martins Coelho, ginecologista e obstetra.

Pelo menos 17 cidades de Goiás estão em situação de emergência. Segundo a Defesa Civil, 12 mil pessoas estão isoladas por causa dos temporais, que arrancaram pontes e destruíram estradas.

“As estradas de terra, viraram literalmente córregos e rios que você transita com barco até dentro de algumas cidades”, diz André Amorim, gerente de meteorologia de Goiás.

Em algumas regiões, o socorro só é possível de helicóptero.

Prejuízos também na agricultura. Em Flores de Goiás, maior produtor de arroz do estado, a lavoura está perdida.

“Prejuízo de mais de 100 mil sacos de arroz que foram perdidos, a gente calcula”, afirma um produtor rural.

A climatologista Juliana Ramalho, da Universidade Federal de Goiás (UFG), lembra que o excesso de chuvas é consequência, principalmente, do La Niña, que traz umidade do oceano. Mas a ação humana também contribui para a destruição.

“O fenômeno La Niña já vinha se desenhando, se configurando há alguns meses. A consequência desse fenômeno tem sido cada vez mais severa, porque a gente está desmatando o cerrado, porque a gente ocupa áreas que não deveriam ser ocupadas. Com essa degradação do cerrado, isso fica bem pior”, destaca Juliana Ramalho.

 

Por: Jornal Nacional

Source: Jornal Nacional

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